Por Michael Nefer
Niksah, ou Qinasa, é reconhecida em nossa congregação como a mais doce e caprichosa das deusas e espíritos de nosso trabalho. Sua forma é a de uma mulher nua sentada em uma janela, atrás dela, chamas se espalham ao redor, revelando relances de um mundo inferior das destrutivas paixões ardentes. Sua tez é pálida como a dos mortos, uma vez que aquele que cai em suas artimanhas vira um morto vivo, servindo somente a sua vontade e designíos mais sombrios. Esse caminho, entre prazer e dor, abre com ela a via da Luxúria, a qual fomos ensinados a desviar uma vez que esse caminho leva a escuridão que há nela, a dor das paixões; no outro lado ela é perpetuadora do prazer, das alegrias, da felicidade e ajuda os que se amam a se unirem.
Ela é similar em natureza com Libitina, a deusa do prazer e da morte dos antigos romanos, e até com a Afrodite Epitumba dos gregos, que se deitava sobre as covas. Ela é um espirito jovial, malicioso e malandro, mas de bom caráter, que ainda ensinará muito a aqueles que aprenderem a ouvir com atenção suas palavras.
O CHAMADO DE NIKSAH
Fazer fumigações com olibano, canela, ládano e mirra.
Três vezes bate o sino para o mistério dela.
(toque o sino três vezes)
Eu chamo teu nome secreto, ó Niksah, chama de todo desejo, dor e paixão,
Nascida das incandescentes brasas do coração daqueles que sofrem!
ERO SAH NIKSAH
És Branca como Lua mais alta, teus lábios são como rubis, teu brilho é puro desejo. Tua fornalha é perfumada com os doces aromas dos filtros de amor, sua pele tem o aroma das rosas e da noite.
Seus olhos são estrelas na noite, insondáveis, lançando sobre nossas almas teu fogo frio, estremecendo em cada veia de nosso corpo, atirando o meu espírito pelos ares, lançado entre mundos incognoscíveis.
ERO SAH NIKSAH
Teu sorriso, é chama mais fria que gela o coração e o faz bater em disparate. Tuas mãos fazem inundar o mundo e me lançam longe na eternidade num único movimento.
Todo o meu corpo estremece de prazer e desejo, minha alma queima em sua presença. Esvazio meu corpo e mente e caio em seu abismo vazio, onde nada além do desejo existe, só tua gargalhada tempestuosa a nos fazer dançar para sempre em sua espiral de vento e chamas.
EKO EKO KINASAH
EKO EKO NIKSAH