domingo, 1 de março de 2020

ZAMARAK: EXÍLIO, MORTE E VIDA

 Dentro da Arte Feiticeira praticada pela Cova Negra está a prática do chamado e adoçamento dos espíritos, consoante com as linhagens espirituais de bruxaria e curandeirismo que buscamos em nossos trabalhos. A Cova não é um lugar de escuridão eterna, pois apesar de sua estética obscura, esse é um local de renascimento. Aquele ou aquela que busca esse caminho passa ou ainda passará por uma jornada obscura em si mesmo, o trabalho da Cova é superar esses medos e essa estética para de fato encontrar aquilo que a nossa deusa-bruxa cadavérica é: a deusa da vida.


Enquanto alguns grupos preferem percorrer o caminho da vida até a morte, como é a jornada natural, começamos pelo caminho inverso, buscando na morte o respeito, amor e admiração pela obra daquela que é a Vida, que constantemente nos relembra do privilégio que temos ao vivermos e de todas as coisas que temos ainda a viver. Pois como o Espírito da Morte, ela ceifa a vida conforme sua necessidade assim determinar, isto é, com capricho e nenhuma outra vontade que não seja a dela mesma, ela toma aquilo que pertence a ela como num golpe de asas que leva todo o ar embora de nossos pulmões.